Ensaios clínicos e placebo
Ao longo do tempo, os médicos detectaram que alguns pacientes se sentiam melhor só por pensar que estavam a ser tratados.
Apesar deste efeito ser breve, e não ter qualquer resultado no tratamento do cancro, levava à percepção errada de que um novo tratamento estaria a funcionar.
Um ensaio clínico na área do cancro pode ser desenhado de modo que os pacientes não tenham conhecimento sobre que tratamento estão a receber.
Se isto acontecer, o ensaio será sempre usado para comparar o tratamento standard para a doença que afecta aquele paciente com um novo tratamento, considerado tão ou mais eficaz do que o primeiro.
Este é um compromisso que é assumido no início do tratamento, de forma transparente para o doente, e que então decide seguir o ensaio clínico.
Seria muito pouco ético não oferecer qualquer tipo de tratamento a um doente com cancro.
Em alguns casos muito particulares pode ser administrado um placebo.
Placebo é um tratamento ou medicamento falso, usado em alguns tipos de testes clínicos, para assegurar que não há enviesamento dos resultados.
Por exemplo, situações em que os médicos querem entender se adicionar um novo medicamento ao tratamento convencional melhora a eficácia do tratamento. Nestes casos, em específico, o paciente receberá:
a) tratamento standard + placebo
ou
b) tratamento standard + nova terapia complementar.
Apenas num tratamento experimental, numa situação excepcional em que não existe nenhum tratamento disponível, o placebo poderá ser ponderado, por OPÇÃO do doente e COM o seu conhecimento.