Quimioterapia
Quimioterapia é o uso de substâncias químicas, tóxicas, para matar células tumorais (em rápida divisão).
Estas drogas actuam interferindo com a capacidade de crescimento e multiplicação do tumor. Podem ser administradas em associação com tratamentos hormonais ou terapêuticas dirigdas, com alvos específicos.
A quimioterapia pode ser adjuvante, neoadjuvante ou ser usada para tratar o cancro em fase metastática.
Quimioterapia adjuvante
A finalidade da quimioterapia adjuvante é prevenir a evolução de micrometástases que já se encontram na mama na altura do diagnóstico.
Sabe-se que 10-30% dos doentes com cancro da mama e com gânglios axilares não afectados por cancro, e 35-90% com os gânglios axilares positivos vão ter reincidência de cancro (aparecimento de um novo tumor) se for feito apenas um tratamento localizado (sobretudo cirurgia), por haver micrometástases ocultas.
Na cirurgia ao tumor inicial da mama, o cirurgião extrai uma margem de tecido saudável em redor do tumor, para evitar que permaneçam células remanescentes mas, sobretudo em cirurgias mais conservadoras, podem ser necessários tratamentos posteriores de radio e quimioterapia.
Em associação com uma terapêutica local eficaz, a quimioterapia adjuvante aumenta o sucesso no tratamento do cancro da mama. Estudos de investigação mostram benefícios, com uma nível de redução do número de mortes anuais de 8% para 28%.
Quimoterapia neo-adjuvante
Nos carcinomas da mama avançados e localizados, e no cancro da mama inflamatório, a quimioterapia pode ser prescrita antes da cirurgia, tendo o nome de quimioterapia neo-adjuvante.
Esta abordagem mostrou reduzir o tamanho dos tumores em 80-90% das doentes com carcinoma da mama, facilitando os tratamentos posteriores por cirurgia e radioterapia. Isto porque um tumor mais pequeno é mais fácil de operar, permite optar por cirurgias mais conservadoras e tem um melhor controlo local.
Esta quimioterapia neo-adjuvante ou primária permite também uma avaliação preliminar, da sensibilidade do tumor a tratamentos de quimioterapia a realizar no futuro.
Quimioterapia para cancro metastático
O cancro da mama metastático, ao contrário daquele que permanece localizado na mama ou nos nódulos linfáticos mais próximos, é mais difícil de curar. Eliminar por completo as células de cancro que se dispersaram por outros órgãos é mais problemático.
Mas existem tratamentos específicos, dirigidos a pacientes com cancro metastático. Tratamentos que evoluem e melhoram cada vez mais a sobrevivência.
O tipo de tratamento recomendado depende de vários factores, desde as características das células tumorais, aos sintomas que a paciente desenvolve ou aos tratamentos a que já foi submetida.
A quimioterapia continua a ser o principal tratamento utilizado para o cancro metastático da mama. Tal como a radioterapia, pode ser utilizada para diminuir o tamanho ou o crescimento de tumores, ou aliviar alguns sintomas associados à doença. No entanto, é uma terapêutica associada a efeitos secundários que diminuem a qualidade de vida.
Em cancros positivos a receptores hormonais, o primeiro tratamento adoptado actualmente é a terapia hormonal, que está associada a menos efeitos secundários. Em tumores positivos a HER2, drogas como o trastuzumab (©Herceptin) também podem ser utilizadas.