Conhecer a sua família
História familiar de doença
Conhecer a sua história familiar de cancro da mama não é mais do que entender de que forma a doença tem afectado a sua família, procurando eventuais indícios de uma componente genética do cancro na família.
Porque falamos de genes, e não de afectos, existem algumas regras simples que explicamos a seguir.
Ajudam, sobretudo, a compreender que informações, e que familiares, são relevantes na história familiar de cancro.
Dois ramos familiares, duas histórias
Quando pensar na sua história familiar de cancro, analise os dois lados da família em separado.
Nas síndromes hereditárias de cancro da mama, quer a mulher quer o homem podem ser portadores de uma alteração genética e afectados pela doença. Mas, a menos que haja consanguinidade, os casos que surgem na família materna não têm relação com os que surgem na família paterna, porque entre os dois não há troca ou partilha de genes.
Parentes próximos e outros, afastados
Comece por recolher indicações sobre os seus familiares mais próximos.
Os familiares mais importantes para a sua história são sem dúvida os de primeiro grau (pais, irmãos e filhos).
Só depois devem ser considerados os de segundo grau (avós, tios, netos e sobrinhos).
E depois, eventualmente, os restantes.
No final, o seu caso deverá estar no centro da àrvore da sua história familiar, que se desdobrará à sua volta.
Geração seguinte
Não se esqueça de incluir informações relativas aos seus filhos e netos.
Também eles podem dar indicações importantes para a sua história familiar.
Ao mesmo tempo, os seus filhos e netos são os seus herdeiros genéticos, pelo que a análise da sua história familiar poderá ser importante também para eles, para a gestão da sua saúde no futuro.
Familiares biológicos
Porque a história genética é diferente da história de afectos que compõe uma família, é importante que inclua na àrvore da sua história familiar apenas as relações biológicas.
Ou, como se diz correntemente, os familiares de sangue.
Note que:
- familiares por casamento (marido/ esposa), ou filhos adoptivos, não têm relação biológica ou genética com a família
(apenas podem contribuir para ela se tiverem uma história familiar em cancros relacionados); - uma meia-irmã não é uma familiar de primeiro grau, mas sim de segundo grau.
Informações importantes, a registar
É o momento de registar as informações importantes sobre a doença na sua família.
Tome nota:
- quais os familiares afectados por cancro?
- quais os familiares saudáveis?
- nos diferentes familiares doentes, qual o órgão onde surgiu o primeiro tumor?
- com que idade foi diagnosticado? antes dos 50 anos?
(o diagnóstico em idades jovens é uma característica sugestiva de casos hereditários) - existem outros indícios clínicos de cancro hereditário?
(ex. a bilateralidade é uma característica comum em casos hereditários)
Existem critérios para uma história familiar de risco em cancro da mama, que mostram em que circunstâncias deverá ser estudada a hipótese de uma síndrome hereditária na sua família.
Reúna todos os dados e verifique se a sua história familiar se enquadra neles. Poderá fazer isto usando o interactivo construir a sua história .
O passo seguinte é consultar o seu médico de família.
É a pessoa indicada para a ajudar.